Se amavam
Com a sede dos marujos
Lavando os olhos sujos
De mar e de embarcações
Se devoravam com a fome dos presídios
Com a festa dos sentidos
Guardados em seus porões
Um amor cheio de gula
Desvairado e febril
Como a gente nunca viu
Um amor cheio de fúria
Tão selvagem que por mim
Condenava a não ter fim
Se adoravam
Mas tanto, tanto, tanto
Que eu já não me espanto
De um dia te amar assim